sexta-feira, 22 de outubro de 2010

As Mãos como Linguagem:

Aprender uma língua não é apenas uma questão de gravar palavras e frases individuais. A essência da linguagem é a capacidade de juntar palavras em novas combinações. De acordo com o professor de Harvard e lingüista Steven Pinker, os dois motores da linguagem seriam a memorização das palavras e a combinação de pedaços de palavras de acordo com as regras. No início de sua obra O material do pensamento, ele diz: "A linguagem é uma janela para a natureza humana, que expõe características profundas e universais de nossos pensamentos e sentimentos. Os pensamentos e sentimentos não podem ser equacionados aos sentimentos propriamente ditos". A linguagem nos abre uma janela para nossa natureza.
Apesar de todas as potencialidades da linguagem, parece que existem áreas nas quais a ela é inaproriada ou insuficiente, especialmente num relacionamento comunal (de acordo com os tipos de relacionamento identificados pelo antropólogo Alan Fiske). A linguagem não dá conta de tudo o que queremos transmitir. A idéia de incomunicabilidade pode assustar, e desse sentimento compartilham os deficientes.
Surdos, cegos, mudos e afásicos são compelidos a desenvolver linguagens específicas. Para superar suas dificuldades comunicacionais, eles criam e recriam códigos. São novas formas de ver e ler o mundo, de senti-lo, por exemplo, na palma de suas mãos.



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